A agenda econômica do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pode reacender a inflação na maior economia mundial e impactar negativamente o crescimento global. Essa é a avaliação do presidente do Banco Central da França e membro do Banco Central Europeu, Francois Villeroy de Galhau, em entrevista concedida nesta quarta-feira (13) à rádio France Inter.

Segundo Villeroy, as políticas protecionistas de Trump — que incluem tarifas de 10% ou mais sobre produtos importados — tendem a pesar diretamente sobre os consumidores americanos. “O programa corre o risco de trazer de volta a inflação para os Estados Unidos”, afirmou. Ele advertiu que, além disso, “pode reduzir um pouco o crescimento em todo o mundo”. O impacto econômico desse movimento, diz ele, ainda dependerá de como as grandes economias — Estados Unidos, China e Europa — irão reagir e absorver as mudanças.

Consumidores e Impacto do Protecionismo

Trump tem argumentado que as tarifas de importação ajudariam a eliminar o déficit comercial dos EUA. No entanto, Villeroy prevê que o custo dessas tarifas deve recair sobre os próprios consumidores americanos, enfraquecendo seu poder de compra. “O protecionismo quase sempre significa redução do poder de compra para os consumidores”, alertou o presidente do banco central francês.

As observações de Villeroy refletem as incertezas que rondam a economia global com a possível adoção de medidas protecionistas mais rígidas por parte dos Estados Unidos, cuja política econômica tende a influenciar o cenário mundial.