Durante a abertura do G20 Social, realizada nesta quinta-feira (14) no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, ministros brasileiros ressaltaram a importância de dar voz à sociedade civil nas discussões sobre políticas globais, especialmente em um momento crucial para o futuro da governança global. A iniciativa, que foi criada pelo Brasil durante sua presidência no G20, visa garantir que as decisões tomadas pelas grandes potências econômicas considerem as demandas da população, especialmente dos países em desenvolvimento.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, destacou que a criação do G20 Social marca um novo momento na política internacional, com a participação ativa de 33 mil pessoas, representantes de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e acadêmicos. “Se o G20 Social der certo, nunca mais esses grandes líderes tomarão decisões sem ouvir as vozes das ruas, principalmente do Sul Global”, afirmou Macêdo, enfatizando a necessidade de integrar as vozes de países em desenvolvimento nas discussões globais.
Diálogo sobre os temas centrais da presidência brasileira
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, também fez uma intervenção importante, ressaltando o papel do G20 Social na abordagem dos três temas centrais da presidência brasileira no grupo: a luta contra a fome e a pobreza, a transição energética e a reforma da governança global. “Não podemos falar de desenvolvimento sustentável ou justiça social sem ouvir o povo. O diálogo com a sociedade é fundamental para garantir que essas questões sejam tratadas de forma efetiva”, afirmou o chanceler.
Vieira também sublinhou o caráter inovador da discussão sobre a reforma da governança global, um dos tópicos principais da presidência brasileira. A reforma do sistema de governança global inclui, entre outros pontos, a ampliação do Conselho de Segurança da ONU, visando aumentar a representatividade internacional. Em setembro deste ano, os ministros de Relações Exteriores do G20 assinaram um compromisso de fortalecer o papel da Assembleia Geral da ONU e intensificar a interação com o Conselho de Segurança, especialmente em questões de paz e segurança internacionais.
Legado e importância do G20 Social
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, afirmou que o G20 Social deixará um legado importante para a governança global, ao garantir que as vozes dos movimentos populares e da sociedade civil sejam reconhecidas nas tomadas de decisão. “O Brasil quer deixar para o mundo um legado de transformação, esperança e valorização da sociedade civil”, disse Menezes.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, também fez um pronunciamento durante a cerimônia de abertura, ressaltando a importância de os líderes globais que participarão da Cúpula do G20, na próxima semana, ouvirem as propostas levantadas no G20 Social. “Os líderes globais governam para o povo, e é essencial ouvir o que os cidadãos têm a dizer. O Rio de Janeiro está de portas abertas para receber essa discussão importante”, afirmou Paes.
Próximos passos
O G20 Social, que reúne um amplo espectro da sociedade civil, incluindo organizações não governamentais e acadêmicos, apresentará suas sugestões para as discussões da reunião de cúpula do G20, marcada para os próximos dias 18 e 19 de novembro. Durante o evento, líderes das 19 maiores economias do mundo e representantes da União Europeia e da União Africana se reunirãopara discutir temas fundamentais para o futuro econômico e social global.
Com o objetivo de integrar a sociedade civil nas discussões sobre políticas globais, o G20 Social se consolida como uma plataforma para dar voz aos cidadãos e transformar a forma como as grandes decisões internacionais são tomadas.