A cantora Anitta está sendo processada pela designer de moda Lúcia Helena da Silva, proprietária da marca Ropahrara Moda Exótica, por danos morais e patrimoniais. Além das acusações de plágio, a empresária também denuncia casos de segregação racial. A ação foi divulgada pelo Correio Brasiliense e envolve alegações graves sobre o uso não autorizado de suas criações, sem o devido reconhecimento.
De acordo com Lúcia Helena, Anitta teria utilizado diversas peças da Ropahrara em seus clipes, como “No Meu Talento”, “Is That For Me”, “Vai Malandra” e “Funk Rave”, entre 2015 e o ano passado. O problema, segundo a designer, é que as roupas, que são criações exclusivas de sua marca, também foram empregadas em campanhas de grandes marcas, como a C&A, sem sua autorização.

Além disso, Lúcia alega que houve uma falsa alegação de que as peças foram desenvolvidas em parceria com a designer Yasmine McDougall Sterea, o que, segundo ela, caracteriza uma distorção de sua autoria. A designer afirma que não recebeu nenhuma compensação financeira pela utilização de suas criações nem foi mencionada nos créditos das campanhas e clipes.
Segregação racial no reconhecimento e na autoria
Em seu processo, Lúcia Helena aponta que a situação reflete um problema maior relacionado à invisibilidade racial no mercado da moda. Para ela, o caso reforça a “perpetuação da invisibilidade racial e da subalternidade que pessoas negras enfrentam no mundo da moda e na sociedade em geral.”
A designer de moda também acusa Anitta e a C&A de “propaganda enganosa”, alegando que foi induzido ao público a acreditar que a gigante varejista era responsável pelas criações originais da Ropahrara. “Há uma injustiça intrínseca nas ações perpetradas contra a designer, cuja obra não apenas foi utilizada sem os devidos créditos, mas teve sua autoria atribuída intencionalmente a uma designer branca”, afirmou Lúcia, sublinhando a questão racial envolvida no caso.
Ela reivindica o direito autoral sobre as peças utilizadas sem sua autorização e pede reparação pelos danos causados pela apropriação indevida de seu trabalho. A ação judicial segue para os próximos passos, com a designer buscando justiça e maior reconhecimento de seu trabalho no cenário da moda.